segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Desabafo de Um Coração Partido e de Uma Mente sem Razão


"E toda essa dor é porque não choro, não grito e não falo o que realmente estou sentindo..."
Essas as palavras ditas durante um momento de desabafo emocional, me fizeram parar e refletir sobre o modo com que nós mulheres "fortes, racionais e independentes" hoje em dia , lidamos com os sentimentos de um coração partido.
 Guardamos conosco toda mágoa, dor, angútia ou desespero como isso fosse errado e feio; como se não devêssemos nos mostrar tão fracas a este ponto para ninguém; para não nos mostrarmos ainda perante a sociedade como o "sexo frágil".
Mas tem uma hora que não dar mais pra agüentar ou que não queremos mais ser assim: o ponto forte em tudo e só apoiar os outros; existem momentos em nossas vidas que a independencia financeira, o status adquirido nesse mundo globalizado, o reconhecimento de igualdade aos homens nesse mundo capitalista, já não nos basta mais.

Fómula



Estudo , estudo , estudo
Química, matemática, física
Palavras, desenhjos, fórmulas
Todas me entediavam até te conhecer...
Agora, com as palavras escrevo teu nome;
No papel, desenho sua face
E o mais interessante é que eu reinventei uma fórmula: a fórmula do amor, a fórmula do teu nome !
Esta, é a única que eu gosto, a única que eu estudo,
É aquela que me facina, que me alucina e domina meu ser, meus pensamentos.
Contigo aprendi a amar e quero aprender a viver
Ao teu lado sou mais mulher, sou mais feliz.
Sua voz rouca me cativa e cantarola nos meus sonhos;
Danço a cantiga de amor feita para nós dois debaixo do céu estrelado !
Você é a minha fórmula de vida, minha fórmula de amor,

A estrela-guia que me cativou...


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Dois Destinos


A chuva insistia em cair, mas mesmo me molhando, não posso ficar aqui parada, sem fazer nada para ajudá-la!
O vento frio da madrugada me faz pensar sobre o que farei sem ela, pois ao seu lado vivi os melhores anos da minha vida, e desde a infância eu cuido dela (ou ela é quem cuida de mim?)
“E agora?” – perguntava para mim mesma, enquanto a situação piorava, cada vez mais para a pobre coitada; Não posso deixá-la neste estado de dor, de agonia, mas também não consigo suportar ver seu sofrimento carnal! Sim, apenas carnal! Sei bem que seu estado de espírito é de felicidade, de dever cumprido, apesar de já perceber que não irá aproveitar como merecia.
“E esse veterinário que não chega, por onde andara? Não percebeu que é um caso urgente?” – Quanto mais eu penso nisso mais minha raiva e angustia aumentam.
Sempre soube que esse momento um dia chegaria porem, nunca me preparei devidamente para suportar essa sensação humilhante de incapacidade!
O tempo não esta cooperando, será que se entristeceu com a perda que se aproxima? As folhas das arvores se movimentam irregularmente, acompanhadas pela sinfonia harmônica da natureza.
Vendo Penélope desse jeito, reconheço como a vida é frágil e efêmera; ela, mesmo tendo uma expressão de agonia, ainda possui os olhos brilhantes transbordantes de carinho, amor, fé e uma satisfação imensa...
“Como consegues ser tão forte e calma num momento desses?” – Essa pergunta não sai da minha cabeça.
De repente, um uivo de dor e um grito de horror se misturam na calada da madrugada fria. E a doce alma que acabara de expirar, deu a luz, a vida seis lindos cachorrinhos!


Amor selvagem, amor mortal

Impossível de acreditar, que um romance de três anos pudesse terminar assim: de um modo tão horrível. Em plena hora do rush, no tão cotidiano atormentado transito de São Paulo, estávamos dentro do ônibus, lotado como de costume, mas ainda assim me sentia sozinha como se fôssemos só eu e ele, no vazio esmagador da cidade que não dorme!
Ele, muito mais velho do que eu, estava a caminho de fazer 23 anos, porém, aparentava ter bem menos. Seus olhos antes doces e encantadores que por um dia me apaixonei eram agora cinzas e atormentados...
Sua expressão denotava noites mal dormidas, talvez a insônia o incomodasse agora. Sua face jovial deu lugar as rugas e olheiras, parecia que havia vivido 50 anos em cinco meses!
Demonstrava estar gostando de toda aquela situação: mulheres chorando, crianças gritando, alguns rezando e outros incrédulos de que aquilo fosse verdade; demorei até reconhecê-lo por detrás daquele homem rancoroso e possessivo.
Suas palavras de amor se contrastavam com as bombas em seu corpo! O jovem assassino, que um dia amei não se conformava com o fim do namoro, por isso queria juntar nossos corações no além: eu para sempre com 15 anos, na flor da idade despertando para vida!
 Seria ele capaz de cometer um ato dantesco deste, ali na frente de todas aquelas pessoas inocentes?
Sua risada histérica dava medo aos demais e ao mesmo tempo mostrava seu pânico interior; seus braços e pernas tremiam em cada ato e o suor escorrendo em sua face, parecia arrepiá-lo conforme escorria pelo corpo...
Os incríveis dentes alvos contrastavam com a escuridão que se formava naquele ônibus, naquelas pessoas. O medo ia tomando conta de todos conforme ele se aproximava, seria aquele nosso último suspiro? Com os olhos cerrados e o hálito da morte, ele me beijou pela última vez na vida!


Uma escolha, duas saídas

As horas passavam lentamente e a sensação de sufocamento dentro do meu peito apenas aumentava, segundo após segundo mais difícil ficava para respirar: o ar já não conseguia chegar aos pulmões com a mesma facilidade de sempre. O mormaço da casa abafada dava um ar sombrio ao cenário fatídico, o silencio instaurado no lugar incomodava ate mesmo os pobres peixinhos no aquário.
Marcas de lágrimas (ou seriam suor?) delatavam o grande erro que ocorreria caso não tivesse coragem para seguir em frente com tudo aquilo; a carta mal escrita, devido às mãos tremula com que havia escrito, encontrava-se ainda no mesmo lugar: em cima da cômoda da sala principal, bem visível a quem quer que chegue primeiro, a mulher ou os filhos!
A seriedade com que tomei aquela atitude tão ousada horas atrás, após ter recebido o envelope branco com a resposta aterrorizante que tanto temia, havia desaparecido e em seu lugar restava apenas o medo e a incerteza de estar tomando o melhor rumo para tudo isso.
O material necessário para dar cabo ao meu sofrimento já estavam devidamente posicionados: a cadeira, bem ao centro do minúsculo escritório, continuava paralisada debaixo do ventilador de teto; havia tempo ainda de dar uma ultima olhada pela casa, dando devida atenção a cada móvel, cada revista empilhada e a cada fotografia da família, essas em um súbito momento me trouxeram lembranças antigas, gostosas de recordar e difíceis de abrir mão, assim tão mesquinhamente como iria fazer...
Fui para minha posição “Tiradentes” tremendo de medo e de frio, a noite já chegava trazendo com ela estrelas tão brilhantes e uma lua que volta e meia se escondia por detrás das nuvens. Os olhos fechados imaginavam o futuro que me aguardava: a cadeira tremia tanto, vacilante ao ato que seguiria; de repente o ar fresco que vinha da rua invadiu os pulmões avassaladoramente, ejetando uma grande vontade de continuar vivendo ate que a doença permitisse!